Assassin’s Creed Shadows: um retorno à diversão, mas com excessos
O mais recente jogo da franquia Assassin’s Creed, Shadows, chega em um momento turbulento para a Ubisoft, que pediu aos funcionários para evitarem exposição nas redes sociais antes do lançamento. O título atende ao antigo pedido dos fãs por um capítulo ambientado no Japão Feudal, mas carrega a responsabilidade de revitalizar a franquia. Será que conseguiu?
Uma jornada épica no Japão Feudal
O jogo mergulha os jogadores no Japão Feudal, mesclando história real com a narrativa do clã dos assassinos. A trama gira em torno de Naoe, uma shinobi em busca de vingança após a destruição de sua família pelas tropas de Oda Nobunaga, e Yasuke, um guerreiro africano que se tornou leal a Nobunaga. A dualidade de perspectivas enriquece o enredo, mas a introdução tardia de Yasuke, após cerca de 10 horas de jogo, quebra o ritmo da história. A narrativa é contada em flashbacks, o que poderia ter sido melhor explorado em paralelo, permitindo ao jogador alternar entre os personagens.
Personagens e aliados memoráveis
A dupla Naoe e Yasuke complementa-se perfeitamente. Naoe é ágil e furtiva, ideal para missões stealth, enquanto Yasuke é um tanque de guerra, excelente em combates diretos. Além disso, o jogo apresenta aliados com histórias variadas, desde guerreiros em busca de vingança até conflitos familiares complexos. O sistema de romance, tradicional na franquia, também está presente, com Naoe tendo mais facilidade para relacionamentos do que Yasuke.
Fidelidade histórica e reviravoltas
O jogo se destaca por sua atenção aos detalhes históricos, como a cerimônia do chá, apresentada de forma minuciosa. A trama também traz reviravoltas, algumas previsíveis, mas ainda assim envolventes, especialmente para quem conhece o período. O clã dos assassinos continua sendo o pilar central, com um sistema de vilões que exige eliminação ou perdão para avançar na história. No entanto, a revelação de detalhes cruciais demora a acontecer, deixando o jogador no escuro por boa parte do enredo.
Assassin’s Creed e RPG: diversão e repetição
Assassin’s Creed Shadows mantém o foco em elementos de RPG, com missões secundárias que vão desde contratos de assassinato até atividades mais elaboradas, como meditação e pintura. Os Pontos de Observação, ou “torres da águia”, retornam para desbloquear áreas do mapa. No entanto, a organização das missões no menu é confusa, e muitas atividades tornam-se repetitivas, especialmente no final do jogo.
Conclusão: um passo à frente, mas com excessos
Assassin’s Creed Shadows traz uma experiência envolvente com sua ambientação no Japão Feudal e a dualidade de Naoe e Yasuke. Apesar de problemas como ritmo quebrado e repetição, o jogo revitaliza a franquia com uma narrativa rica e mecânicas interessantes. Para fãs de RPG e da série, é uma aventura que vale a pena, mesmo com seus altos e baixos.